*Por Gustavo Bizelli

O processo de regulamentação dos aplicativos de transporte tem gerado grande discussão no congresso. Inicialmente, a proposta aprovada na Câmara e enviada ao Senado, impunha várias obrigações aos prestadores de serviço, como a necessidade de autorização de órgão público para trabalhar ou a colocação da placa vermelha. No Senado, algumas destas medidas já caíram, e o governo manifesta resistência a impor regras que possam significar retrocesso no uso desta modalidade de transporte.

De acordo com a pesquisa A Nova Economia, realizada pela Diferencial Pesquisa de Mercado, Soft Cine Vídeo e ADVB-PR, que aborda os diversos hábitos dos consumidores, as novas ferramentas caíram definitivamente no gosto popular. Em pouco tempo de existência, a preferência do público por transportes via Uber e Cabify aparece mais alta do que o uso de táxi, oferecido há muito mais tempo.

Dos 400 consumidores, das classes ABC1, ouvidos em Curitiba, 31,7% afirma utilizar os serviços por aplicativo, enquanto apenas 5,9% recorrem ao táxi, que foi superado, também, pelo uso da bicicleta. Cerca de 9,6% dos entrevistados afirmaram utilizar esse meio de transporte alternativo.

Nota-se que o alcance gerado pelos aplicativos de transporte é muito abrangente. Diferentes classes usufruem do serviço no dia a dia, deixando de lado o carro próprio e até mesmo o transporte público. Preço acessível, conforto e rapidez são fatores que interferem na escolha de locomoção. E esse benefício é mais difícil de ser oferecido pelos táxis, por questões de custo e por atender um público diferente. E se depender da faixa etária, a diferença de utilização de Uber e Cabify será ainda mais ampliada nos próximos anos – já que o crescimento é maior entre os mais jovens, enquanto o táxi cresce entre os mais velhos.

Essas diferentes formas de mobilidade trouxeram novos consumidores ao mercado que, até então, estava estagnado. Cada vez mais exigentes e atentos às novidades, conquistar esse público tem sido uma tarefa árdua. Avançar em termos de serviços e acessibilidade é o que irá fazer a diferença. É preciso, acima de tudo, mostrar uma preocupação cada vez maior com os usuários. Afinal, nesses tempos, o cliente tem muito mais do que razão.

*Gustavo Bizelli, economista, pós-graduado em administração de empresas e especialista em marketing intelligence. Atua há 14 anos como analista chefe da Diferencial Pesquisa de Mercado.

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